Em
uma tarde de fevereiro de 1982 passamos pelo equador, pouco antes de
entrar no Mar de Célebes. Como reza a lenda todos os pagãos devem ser
batizados ao fazer esta passagem para boa sorte da navegação. Ganhei o
nome de "Cangulo" naquele dia e mais alguns litros de óleo queimado na
cabeça, temperado com todas as sobras de cozinha. Alguém deve ter sido
poupado da cerimônia pois um ou dois dias depois, no Mar das Filipinas, o
furação Nelson tentou embarcar. Ainda hoje, quando ameaçam
tempestades, repito meu nome de batismo para não esquecer quem eu sou.
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