quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sobre o futebol

Sobre o futebol, recordo-me de ter sido juiz em uma partida entre um time brasileiro e um mexicano na cidade de Coatzacoalcos, península de Yucatan. Uma péssima arbitragem e o mais feliz dos jogos. Tentei carreira internacional como juiz de futebol para os jogos dos times de bordo e a mesma foi brutalmente interrompida em Galveston, no Texas, quando decidi expulsar de campo o comandante do meu navio.

 

sábado, 19 de julho de 2014

Depois de navegar dias de mar

Depois de navegar dias de mar, vindo do Rio de Janeiro e passar por mau tempo encomendado por Santa Marta, entramos no Rio de La Plata. Por boreste deixamos um bando de curiosos lobos marinhos tomando banho de sol e fomos conhecer as esquinas de Buenos Aires. Atracados em um beco em Doc Sud, fomos recebidos por uma enorme pichação em homenagem à Maradona nas paredes de um armazém abandonado. Tão rápidos quanto a um gol de Pelé, saímos em demorada precisão para a cidade de Campana. A navegação em rio começa a se apresentar quando se entra no Paraná de Las Palmas. O horizonte do campo a metros do navio acostumado ao infinito do mar. Pequenos barcos e barcas circulavam pelo nosso olhar. À noite não se navegava em vários trechos do rio por conta da segurança da navegação. Vez ou outra víamos gado pastando ao som da nossa hélice. Aquela navegação provocava o maior dos estranhamentos a um marinheiro de longo mar. Lobos marinhos, canais estreitos, gado a metros do navio causavam suspeita aos cérebros blindados pela maresia. Maior e feliz estranhamento ainda acontecia pela deliciosa receptividade dos argentinos rio acima. Seguia a carga embarcando enquanto os tripulantes de folga jogam futebol em um campo próximo.
Dizem os marinheiros que depois que se bebe a água do tanque de bordo nada mais volta a ser o mesmo, nada mais tem tanto sentido quanto navegar.