Entre duas ondas se
esconde um navio. Nele vão marinheiros a levar suas cartas de amor, seu
presente para alguém distante, sua encomenda de felicidade, a saca de
café e fardos de algodão.
Entre duas ondas se esconde uma casa. Nela moram marinheiros de todas as
humanidades, a olhar o infinito com a certeza que ele vai acabar.
Entre duas ondas se escondem almas que vão além da dor.
"Lá vai a vida a rodar".
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Ente duas ondas
sexta-feira, 6 de junho de 2014
O Rio Weser
No rio Weser, canal de
entrada para o porto de Bremen, lá pela metade da
navegação, vê-se a bombordo um bunker utilizado na segunda
guerra para abrigar submarinos dos bombardeios aéreos. Uma estrutura de concreto para abrigar
cabeças submersas no medo de tanta coisa. Pequenas barcaças
perfeitamente pintadas circulam desde a entrada do canal, em Bremerhaven.
Alguns veleiros circulam em concisa alegria de dia de sol em
inverno. Atracado ao porto o navio sobe e desce
doze metros em pouco tempo, junto com a maré. A carga sobe e desce do navio,
já congelado pela temperatura de tantos graus abaixo de zero. Nem mesmo a
destruição no convés causada pela tempestade dos dias
anteriores, pedaços por todos os lados, tirava a quietude e graça
da cena. O navio treinava a
arte de estar presente sem negar ou se apaixonar pela própria
história.