Então que eu me permita ao novo tal qual o sujeito nômade em terras desconhecidas. Que os encontros sejam anônimos mesmo com quem imagino conhecer. Que eu me permita ficar saudável mesmo quando meu corpo apresentar minha história. Desejo a todos as melhores escolhas e as decisões mais sábias.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
O navio é
O navio é uma
máquina, se bem que não é. O navio é um peixe que
sabe viver fora d'água, então peixe também não
é. O navio tem asa, mas não voa,
então voador não é. Quando bate aquele vento de
través ele vira apito, faz assobio por todo o lado e também
apita, mas inteiro apito ele não é. O navio tem boca, mas
não fala nem dele, nem dos outros. O navio é uma coisa que
não é.
Coisa que não é causa coisa que não sei no corpo da gente. Assim, um tipo de coisa esquisita, um sei lá com cheiro bom e gosto de mar. Por isso marinheiro balança, para ajeitar as coisas no corpo. Essas coisas que não tem nome, mas que dão ondas no mar de dentro. Agora quem quer embarcar sou eu.
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Peixe-voador
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
A noite
A noite, no mar, não vem do céu. É a escuridão do fundo d'água que sobe, empurrando o sol para trás do horizonte. Ela sobe trazedora de segredos, para desassombrar o bom marinheiro. Aí, quando o sol consegue crescer do outro lado, o marinheiro escolhe que segredo quer enxergar. Os outros ele joga de volta ao mar. De dia, quando vê sua sombra, lembra-se da batalha dos segredos emergentes e se põe a caminhar. Ao longe ruiva sereia pensa a hora de se aproximar e cantar.