O navio é uma
máquina, se bem que não é. O navio é um peixe que
sabe viver fora d'água, então peixe também não
é. O navio tem asa, mas não voa,
então voador não é. Quando bate aquele vento de
través ele vira apito, faz assobio por todo o lado e também
apita, mas inteiro apito ele não é. O navio tem boca, mas
não fala nem dele, nem dos outros. O navio é uma coisa que
não é.
Coisa que não é causa coisa que não sei no corpo da gente. Assim, um tipo de coisa esquisita, um sei lá com cheiro bom e gosto de mar. Por isso marinheiro balança, para ajeitar as coisas no corpo. Essas coisas que não tem nome, mas que dão ondas no mar de dentro. Agora quem quer embarcar sou eu.
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