terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Navegante negro

     Nas primeiras luzes do dia, no convés do vivo navio Quintino, antes mesmo da hora certa de trabalhar, o bombeador Balbino já havia varrido seu convés e já estava a arrumar o paiol de bombas. Era ele o mais negro dos marinheiros de bordo e ele bem sabia disto. Caminhava a passos firmes em navio em balanço, disputando minha atenção com o horizonte a se pintar. O negro e a pintura, desígnios de alma em alvoradas de alto mar.