Sobre planejamentos de
rumos a seguir na vida talvez valha se falar sobre o leme, as águas
rasas e as águas profundas. Nestas últimas, em momento de
travessia, o leme, em piloto automático, regularmente vai a poucos graus
de um lado para outro, assim também vai o navio em seu rumo, tentando
seguir uma linha imaginária, desenhada em carta náutica. Nas
rasas, em navegação restrita, timoneiro atento, a linha é
imprescindível. Mais leme e menos tolerância a saídas do
rumo, até à exata ordem "marca assim como vai", sem
tolerância nenhuma a qualquer desvio. No navio, ainda que se saiba para
onde se vai, vez ou outra chega um telegrama (claro,
hoje já não é assim) indicando mudança de rota.
Pode também o navio adoecer os ferros, encalhar, afundar e nunca chegar
ao destino. Simples assim, não é Ana Maria?
*Peço
desculpas aos marinheiros pelo linguajar menos cuidadoso com as coisas de
bordo. Cuidei de tentar fazer as linhas mais claras para quem nunca bebeu
água do peak tank de
vante.
* Imagem cedida pelo marinheiro Joca D S.