Sobre a ponte estreita entre a vida e a
morte no mar, penso que ele é parque, paisagem e túmulo, com a mesma
intensidade em todas estas instâncias. Nunca deixa de ser uma coisa para ser
outra. É um convite azul para um mergulho, apenas um mergulho. São as ondas que
por serem elas podem levar o navio ao fundo, apenas por serem elas. Entre a
vida e a morte um fino casco a flutuar. Quantas almas se entregaram a ele para
jamais dele sair, para nele se purificarem?
* Pensei nisto
agora que lembrei do amigo Charles, que se jogou ao mar em uma travessia de
Fortaleza para Salvador.