quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Às
duas e trinta da manhã entre paralelos e meridianos do meio do oceano
atlântico um navio corta o mar em luminosas metades. O parafuso atirado
pela asa de boreste vai atingir o fundo da água tempos depois. No
horizonte só o mar, confirma o radar. Durante horas fica-se a olhar para
o nada, com um curto espaço de tempo a cada hora para se completar o
diário. Nada a olhar significa a segurança primeira pois nenhum outro
navio está a ameaçar. Abaixo dos pés dormem outros marinheiros, menos
dois que cuidam das máquinas. Todos os dias, duas vezes ao dia, tinha
horas de imaginação, quando também aparecia no passadiço alguém disposto
a conversar.
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